Os caçadores de oportunidades





No cinema, a melhor representação da caça ao tesouro está nos filmes do arqueólogo Indiana Jones, personagem criado por George Lucas, protagonizado pelo ator Harrison Ford. No mercado financeiro, esse papel é representado pelos gestores de fundos de private equity, que correm riscos e compram participações em empresas fechadas para revendê-las com lucro. O paulista Fernando Borges, formado em Relações Internacionais, e o economista equatoriano Juan Carlos Felix, copresidentes do Carlyle no Brasil, sabem bem disso.

Durante dois anos, eles buscaram empresas que poderiam ser adquiridas por seus fundos, que possuem mais de US$ 193 bilhões no mundo. Mas só agora encontraram uma preciosidade por um preço bom: a Rede D’Or, do Rio de Janeiro. Segundo fontes de mercado, o Carlyle pagou R$ 1,75 bilhão por uma fatia de 8,3% na rede de hospitais da família Moll, avaliada em R$ 19,6 bilhões. A aquisição, a maior do ano até agora, foi anunciada após oito meses de negociação e os recursos serão usados para a expansão da empresa que segue tendo o empresário Jorge Moll Filho como controlador e o BTG Pactual como minoritário, com 28% do capital.

“Estamos olhando mais oportunidades e podemos anunciar a compra de mais ativos neste ano”, afirma Borges, em entrevista à DINHEIRO. A última aquisição do Carlyle no Brasil foi a da rede de lojas de móveis e decoração Tok&Stok, em 2012, por R$ 700 milhões. A aproximação de Borges e Felix com Jorge Moll Filho foi intermediada pelo presidente da rede de hospitais, Heráclito Brito. O executivo conhecia o trabalho do Carlyle, desde a época que comandava a Qualicorp, administradora de benefícios que recebeu um aporte de R$ 1,1 bilhão do fundo americano, em 2010.

“Sempre olhamos as oportunidades no setor de saúde, principalmente hospitais”, afirma Felix. Os negócios eram dificultados pela lei, que impedia a participação direta de estrangeiros no setor. No entanto, uma mudança na legislação liberou os investimentos. “A família não queria mais investidores, queria sócios, por isso fez todo sentido entrarmos”, diz Felix. As aquisições do Carlyle não devem parar por aí. O fundo também está atento aos setores de educação, serviços, tecnologia e nichos no setor de logística, como o do transporte especializado de cargas.

Borges e Felix não estarão sozinhos na busca pelos tesouros. Na segunda-feira 27, circularam rumores de uma aquisição do Colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo, pelo fundo Gera, do empresário Jorge Paulo Lemann. Bandeirantes e Gera negaram a operação. Mais fundos de private equity, como os americanos Advent e Hamilton Lane, também estão atrás de oportunidades por aqui. O Hamilton Lane, que tem uma exposição de US$ 2 bilhões no Brasil, pretende captar mais US$ 1 bilhão nos próximos 12 meses para participar dos projetos de privatização que devem ser anunciados pelo governo federal.

“Com a saída de várias construtoras da concorrência, abre-se um espaço para o private equity”, afirma Ricardo Fernandez, presidente da gestora no País. Os setores de energia e de telecomunicações são estratégicos, diz ele. “Os investidores estrangeiros sabem que o Brasil está barato por causa da desvalorização cambial e que muitas empresas que sofreram com os escândalos da Operação Lava a Jato não têm nada a ver com corrupção”, diz. “Por isso, começaram a vir em peso para o País há três meses.” É por isso que há expectativa de que os aportes dos fundos de private equity em empresas ligadas a infraestrutura aumentem, neste ano.

Hoje, a fatia desse setor é de algo como 23% do total da indústria, de US$ 54 bilhões, estima Cláudio Furtado, diretor do centro de estudos GVCepe, vinculado à Fundação Getúlio Vargas. “O pré-requisito para que os fundos participem mais ativamente do pacote do governo é que as tarifas estabelecidas sejam compatíveis com o risco do empreendimento”, afirma. Antecipando a esse movimento, a americana Advent, que tem US$ 27 bilhões no mundo, captou US$ 2,1 bilhões e a metade deve ser investido em setores de infraestrutura, como portos e aeroportos, no Brasil.

“Queremos atuar como agentes transformadores”, afirma Mário Malta, sócio da Advent no Brasil. O fundo já possui 50% do Terminal de Contêineres de Paranaguá, no Paraná, e busca outras oportunidades. A Darby Overseas, que pertence ao grupo Franklin Templeton, um dos maiores gestores do mundo, tem aumentado a exposição a Brasil exatamente por causa dos retornos esperados com investimentos em infraestrutura. Para Eduardo Farhat, que comanda a operação no Brasil, os aportes crescem na mesma proporção que a demanda do País. “Há 20 anos, investíamos em parques de geração de energia de 100 megawatts, agora, são construídos com capacidade de 1.000 megawatts”, diz.

“Não temos limite de recursos, estamos acompanhando atentamente a definição de leilões de energia.” Outros alvos da Darby são áreas portuárias e empresas de transporte de minérios e grãos a granel. Não são apenas esses setores que precisam de recursos. Desde o início da Operação Lava Jato pela Polícia Federal, diversas empresas do setor de óleo e gás têm batido à porta dos fundos de private equity em busca de investimentos. O motivo é a decisão dos bancos públicos e privados de restringir o crédito para as companhias direta ou indiretamente envolvidas com o escândalo e o mercado de capitais se fechou a novas captações.

Fernando Marques Oliveira, que comanda a HIG no Brasil, diz que já foi procurado diversas vezes, mas não teve interesse. “Não acho saudável investir em empresas que têm um único cliente, como acontece com a cadeia de óleo e gás”, diz. A companhia, que tem US$ 17 bilhões sob gestão no mundo, foca-se em empresas de pequeno e médio porte. “Essas companhias são menos afetadas por ambientes macroeconômicos mais desafiadores”, afirma Oliveira. Nos últimos três anos, a HIG fez nove aquisições e tem apetite para mais, principalmente em setores como alimentos e internet.

Outro fundo de private equity que olha para as empresas de médio porte é a britânica Actis, que fez duas aquisições recentemente, mas ainda tem fôlego para novas compras. Chu Kong, que comanda a operação no Brasil, ainda dispõe de 65% do fundo de US$ 1,7 bilhão para investir. “Estamos em período de investimento e nos vemos em uma posição privilegiada, por sermos investidores de longo prazo”, afirma. “Por isso, turbulências econômicas pontuais não nos assustam.” É a mesma tese de Luiz Medeiros, diretor de private equity da Rio Bravo. Para o executivo, há oportunidades no setor de energia. Com tanta concorrência, os intrépidos Indiana Jones terão de suar a camisa para obter tesouros.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/economia/20150430/cacadores-oportunidades/256105.shtml#

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